sábado, novembro 25, 2006

Versão Inicial ECS_9 Marx II

http://www.ufrgs.br/tramse/pead/colabb/2006/11/gravatai.html

Intertextualizando_ Ensino, Ciência e Ideologia_Poema



  • Intertextualizando_Ensino, Ciência e Ideologia ECS/9

    Veja o poema:

NO CAMINHO
Vladimir Maiakóvski


Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor do nosso jardim,
e não dizemos nada.

Na segunda noite já não se escondem:
Pisam as flores, matam nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa.
Rouba-nos a luz, e conhecendo nosso medo,
Arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada...

ECS_9

SEMANAS 7e8/ ECS_9 Texto final

MARX II
GRUPO C: Cátia, Cristina,Rita e Rosali.

ENSINO, CIÊNCIA E IDEOLOGIA

As ciências naturais datam da época que os alemães chamam de Reforma e teve início no século XV. O poder real apoiando-se nos habitantes das cidades derrubou o poder da nobreza feudal e estabeleceu grandes monarquias.
Não havia nem só um grande homem que não houvesse realizado longas viagens, não falasse quatro ou cinco idiomas e não brilhasse em vários domínios da ciência e da técnica. Os heróis daquele tempo não eram escravos da divisão do trabalho, cuja influência dá à atividade dos homens, como podemos observar em muitos de seus sucessores, um caráter limitado e unilateral. O que mais caracteriza os referidos heróis é que todos viveram plenamente os interesses de seu tempo, participavam de maneira ativa na luta política, aderiam a um outro partido e lutavam uns com as palavras e a pena, outros com a espada, e outros com ambas.
No século XVI as ciências naturais desenvolveram-se em meio à revolução geral e eram profundamente revolucionárias, pois podiam conquistar o direito à existência. Os italianos deram nascimento à nova filosofia e às ciências naturais, ofereceram seus mártires às fogueiras e aos cárceres da Inquisição. A religião protestante superou os católicos nas perseguições contra as investigações livre da natureza.
Surge então a emancipação das ciências naturais relativamente à teologia, embora a luta por alguns protestos se prolongue até nossos dias e, em certas cabeças, ainda está muito longe de ter terminado.
Começou então a passos rápidos o desenvolvimento da ciência. Mas o que acima de tudo caracteriza este período é a elaboração própria de uma nova concepção de mundo, na qual o ponto de vista mais importante é a idéia da imutabilidade absoluta da natureza.
A ciência estava ainda profundamente imersa na teologia. Em toda parte procurava e encontrava como causa primária um impulso exterior, que não se devia à própria natureza. Ao explicar como surgiram as espécies vegetais e animais, o surgimento do homem, a ciência limitava-se a atribuir o criador como o responsável de tudo. Copérnico expulsou da ciência a teologia.
Mesmo com o progresso da ciência abrindo inúmeras brechas nessa concepção da natureza, toda a primeira metade do século XIX esteve sob esta influência e em sua essência, ainda hoje ela continua a ser ensinada em toda a escola.
Neste resumo, refletindo, cabe ressaltar que não há grande diferênça dos séculos XV a XIX para o nosso século. Alguns dominavam vários idiomas, bem como hoje que alguns têm muito, em todos os sentidos e outros não têm o essencial. Enfrentamos como profissionais a dificuldade em nos expormos para evidenciar os problemas e as dificuldades que enfrentamos. Constatamos que há uma necessidade maior de fincarmos pé no que precisa ser mudado, lutando com palavras e indo contra uma política econômica e social arbitrária que faz com que os ricos fiquem mais ricos e os pobres mais pobres.
Precisamos fazer valer os direitos de cidadãos que somos e levarmos o exemplo aos nossos alunos, dando condições subsídios para lutar por uma sociedade mais justa. Somente assim podemos ter uma evolução significativa nas ciências e nos demais segmentos da evolução humana. É necessário pensar, agir e reagir para que haja verdadeiras transformações sociais. Tivemos o exemplo de Marx e Engels, que em seu tempo fizeram dos seus ideais bandeira de luta para que a classe operária tivesse o que é justo que todos tenham e que os recursos, as ciências estejam a serviço de todos.
Em nossas escolas as direções poderiam deixar de serem apenas poderes autoritários e se engajarem de corpo e alma com a firme covicção que todos unidos teremos uma educação transformadora. Pois segundo Freire, a conscientização ocorre quando o homem tem a crítica da realidade, quando essa realidade se torna objeto cognoscível, em que o homem assume uma posição epistemológica do mundo que o cerca.

sábado, novembro 04, 2006

Semana_4/ECS_6 Weber II


Semana_4/ECS_6 Weber II

Situações vividas no meu local de trabalho que são analisadas a partir da teoria de Weber.

*ser/estar x papéis.
*poder/hierarquia.

Lembro de um fato triste que aconteceu em minha escola há alguns anos atrás, quando ingressei no Município através de concurso público. No ano seguinte eu havia recebido um aluno da Escola Especial Cebolinha, que estava evoluindo de um quadro de retardo mental para estudar em uma classe normal. O menino com catorze anos, era criado pela vó materna, a mãe com problemas mentais e mãe solteira era impossibilitada de criá-lo. Foi bem acolhido, com um comportamento tranqülo, apesar de os colegas da turma terem entre oito e nove anos, ele já estava adaptado com a nova escola, a professora e aos novos coleguinhas. Em um determinado dia, nos quinze minutos de intervalo, o menino cai pois estava brincando de pega-pega com os demais colegas e fica com os joelhos e cutuvelos esfolados, mas nada grave. Lavei o ferimento, coloquei uma solução atiséptica, a supervisora também olhou as escoriações e ele foi brincar novamente. A vó do menino que vinha buscá-lo diariamente, veio e quando viu os esfolados no menino, este fez o relato do que aconteceu. A vó ficou furiosa disse que já havia avisado para ele que não era para participar de brincadeiras de correr. Então aplicou a sentença: este ficará lendo a oração de Santa Catarina de Alexandria durante todo o recreio, todos os dias, até o final do ano para evitar bricadeiras que possam trazer disgraças maiores.
Começou o meu martírio. Levei ao conhecimento da direção a punição que a vó havia dado. A direção convocou a vó para uma reunião. E esta veio com o argumento de que nós não sabíamos por quais situações ela passava e que só ela sabia o que era melhor para seu neto. Portanto o castigo estava dado e era para cumprir, pois caso contrário ela iria vir cuidá-lo no recreio. Nós também argumentamos , mas ela irredutível não cedeu nada.
Infelizmente a nossa escola não tinha muro, na época, e ela vinha para ver se estava sendo cumprida sua ordem. A direção se acovardou, não insitindo em nossas convicções e fazer valer o direito da criança.
Confesso que eu com o passar dos dias eu trocava o horário de recreio da minha turma. Eu usava o argumento que era Educação Física e era ordem da Secretaria de Educação, então o menino podia brincar e a punição da vó ficava sem ser aplicada.
Vejam quanto jogo de cintura eu precisava ter para agradar a todos, também cometendo infração. Eu em início de carreira , a escola sem nenhuma estrutura de segurança, a direção não queria se indispor nem usar de suas reais atribuições e eu precisando passar no estágio probatório e querendo fazer o melhor para o meu aluno. No final do ano a vó pediu a transferência do menino para uma escola do Estado.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Poema_Intertextualizando_Socialismo_Marx & Engels


O ESTATUTO DO HOMEM
Thiago de Mello

Artigo I Fica decretado que agora vale a verdade. agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu. Parágrafo único: O homem, confiará no homem como um menino confia em outro menino.
Artigo V Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.
Artigo VI Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco.
Artigo XI Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela. Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.
Artigo XIII Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.
Artigo Final. Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.